No Brasil, nove em cada dez empresas têm origem familiar. Essa realidade molda a economia nacional e carrega desafios e oportunidades singulares. Essas empresas impulsionam o mercado, geram empregos e se tornam pilares da identidade familiar, transmitindo valores e tradições de geração em geração.
Nascidas do esforço de seus fundadores, essas empresas frequentemente se tornam o núcleo central de renda, emprego e atividade da própria família, criando um ciclo onde o sucesso do negócio se entrelaça com o bem-estar e a estabilidade do lar, tecendo uma tapeçaria complexa de relações pessoais e profissionais.
A proximidade familiar, na qual os laços profissionais e familiares se confundem, traz consigo não apenas uma fonte de força e lealdade, mas ser capaz de gerar conflitos e dificultar a tomada de decisões objetivas. Encontrar o equilíbrio entre o pessoal e o profissional é um dos maiores desafios enfrentados por essas empresas.
No Brasil, nove em cada dez empresas têm origem familiar2. Essa realidade molda a economia nacional e carrega desafios e oportunidades singulares. Essas empresas impulsionam o mercado, geram empregos e se tornam pilares da identidade familiar, transmitindo valores e tradições de geração em geração.
Nascidas do esforço de seus fundadores, essas empresas frequentemente se tornam o núcleo central de renda, emprego e atividade da própria família, criando um ciclo onde o sucesso do negócio se entrelaça com o bem-estar e a estabilidade do lar, tecendo uma tapeçaria complexa de relações pessoais e profissionais.
A proximidade familiar, na qual os laços profissionais e familiares se confundem, traz consigo não apenas uma fonte de força e lealdade, mas ser capaz de gerar conflitos e dificultar a tomada de decisões objetivas. Encontrar o equilíbrio entre o pessoal e o profissional é um dos maiores desafios enfrentados por essas empresas.
O que torna uma empresa familiar única?
Nesta espécie empresarial, o elemento mais marcante é a pessoalidade, tanto dos membros que integram o quadro pessoal quanto daqueles responsáveis pelo funcionamento e coordenação do negócio. Valores familiares influenciam diretamente a cultura da empresa, a gestão e até a dificuldade em tratar temas como desligamentos ou sucessões.
Embora o fundador normalmente concentre o poder decisório, chega o momento em que a sucessão se impõe. Além disso, à medida que mais membros da família assumem funções de liderança, as relações societárias podem se tornar complexas e, por vezes, caóticas.
O Protocolo Familiar é um documento estratégico, construído em conjunto pelos membros da família, que visa estabelecer diretrizes claras para a relação entre a família e a empresa. Ele é o resultado de um processo de diálogo aberto e transparente, no qual os familiares definem regras e expectativas sobre temas cruciais para o futuro do negócio e a união familiar. Nele, será abordado temas como sucessão, criação de um Conselho Familiar para tomada de decisões, ingresso de novos sócios nos quadros sociais e, até mesmo, divórcio.
Embora compartilhem o contexto da empresa familiar e, por vezes, abordem temas similares, o Protocolo Familiar e o Acordo de Sócios são documentos distintos, com propósitos e naturezas diferentes. Isso porque o Protocolo Familiar tem como objetivo estabelecer as regras e diretrizes dentro da família, enquanto o Acordo de Sócios é o documento-base para regular a esfera da propriedade, seja de quotas, seja dos próprios bens da sociedade.
E muito se engana quem acredita que o Protocolo Familiar é hábil apenas para famílias detentoras de empresas multimilionárias. O protocolo visa assegurar um crescimento sustentável, alinhado aos valores e princípios familiares, independentemente da escala da empresa.
Conteúdo do Protocolo Familiar
A construção de um Protocolo Familiar inicia-se com um momento de escuta: cada membro compartilha seus valores, expectativas e preocupações. Este diálogo inicial é crucial para definir a identidade da família – propósito, missão e valores – e estabelecer as bases para um futuro harmonioso.
O protocolo define responsabilidades, regras, sanções, papéis e direitos, abordando temas sensíveis como regimes de casamento, critérios para ingresso na gestão, planejamento sucessório e o conceito de núcleo familiar.
É fundamental compreender que o Protocolo Familiar não é um documento estático. Ele é dinâmico e evolui com a família e o negócio, exigindo revisões periódicas para se adaptar a novas situações. Um exemplo claro é a transição da menoridade para a maioridade dos herdeiros, que pode demandar ajustes no protocolo para acomodar seus novos papéis e aspirações na empresa.
Harmonia entre família e negócio: o papel do Protocolo
Empresas familiares com frequência enfrentam desafios decorrentes da complexa interação entre relações familiares e decisões empresariais. Essa sobreposição pode comprometer a imparcialidade, gerando situações em que interesses pessoais se sobrepõem aos interesses da empresa. Por exemplo, a promoção de um membro da família menos qualificado para um cargo de gestão pode gerar ressentimento e conflitos entre os demais familiares.
Nesse contexto, o Protocolo Familiar se destaca como uma ferramenta preventiva essencial que estabelece regras claras e objetivas, com a definição de princípios, valores e diretrizes que devem nortear as ações em caso de divergências entre os sócios-familiares, assegurando a prioridade do sucesso e da continuidade da empresa.
Da prevenção à sustentabilidade: o impacto do protocolo
Ao discutir e solucionar temas sensíveis durante a sua elaboração, como a distribuição de lucros, a sucessão na liderança e a participação de familiares na gestão, a família empresária evita desgastes emocionais, custos financeiros e danos à reputação da empresa.
O documento também pode prever métodos de solução de conflitos, como:
- mediação, para facilitar o diálogo;
- arbitragem, para decisões vinculantes;
- e até a atuação de um Conselho Familiar, que funciona como instância interna de deliberação e consenso.
A comunicação aberta e transparente é fundamental para a harmonia familiar e o sucesso da empresa. O Protocolo Familiar pode estabelecer canais de comunicação eficazes, como reuniões periódicas do Conselho Familiar e a criação de um portal online para compartilhamento de informações relevantes. Sua implementação fortalece a governança familiar, promovendo a transparência, a responsabilidade e a meritocracia na gestão dos negócios. Ao estabelecer regras claras e objetivas, o protocolo contribui para a profissionalização da empresa familiar e para a sua sustentabilidade a longo prazo
Case Gerdau: tradição e continuidade
A história da Gerdau é um testemunho do poder do Protocolo Familiar. Ao longo de mais de um século, a empresa manteve sua liderança global, preservando os valores familiares e profissionalizando a gestão. O segredo? Um planejamento sucessório meticuloso e um Protocolo Familiar robusto, que garantem a perpetuação do legado Gerdau.
O que distingue a Gerdau, além de seu sucesso comercial, é a preservação do controle familiar ao longo de sua trajetória. Mesmo com sucessivas transições de liderança e mudanças de mercado, os valores da família permaneceram como bússola para as decisões estratégicas.
Conclusão: mais do que um documento, um pacto de continuidade
Mais do que um documento, o Protocolo Familiar é um pacto de continuidade. Ele assegura a longevidade do negócio e a harmonia da família, ao promover governança, prevenir conflitos e fortalecer vínculos afetivos e empresariais. Ao buscar o auxílio de profissionais especializados, a família empresária constrói um futuro sólido, onde os laços de afeto e os resultados financeiros se fortalecem mutuamente.
Ao abordar de forma abrangente os potenciais pontos de conflito e ao promover a governança familiar, o Protocolo Familiar torna-se um instrumento poderoso para proteger o legado da empresa e fortalecer os laços familiares.